E por vezes
por vezes
Sou tão escassa que temo não me bastar
E por vezes
por vezes
mergulho no meu azul infinito e singular
E por vezes
por vezes
sou floresta virgem subtraindo a claridade ao solo
E por vezes
por vezes
sou mar bravio que morre no areal do teu colo
E por vezes
por vezes
sou astro e sangue quente nos teus braços ausentes
E por vezes
por vezes
sou aquela que nada possui
e sonha dar-te do mundo todas as cidades
E por vezes
por vezes
sou imaculada aos olhos da imbecilidade
E por vezes
por vezes
sou o meu próprio e
indizível tormento
E por vezes
por vezes
sou quem não reconhece a sua própria pele na pele do tempo
E por vezes
por vezes
sou a libido que te agita,
provoca e abandona
E por vezes
por vezes
sou o grito abafado o
gemido contido num cenário envenenado
E por vezes
por vezes
sou margem, sou
centro, sou aragem sou lamento
E por vezes
por vezes
sou apenas um cigarro
que não fumo e sufoco entre os dedos
E por vezes
por vezes
sou breve, intensa,
sou ave, sou fera que me atenta
E por vezes
por vezes
sou coragem, sou medo, sou desabafo, sou segredo
E por vezes
por vezes
sou apenas a eternidade dos versos que amo e não escrevo
Apenas… Por vezes.
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